O sotaque dos turistas mudou em Brasília. Em vez do espanhol de equatorianos e colombianos e do inglês esforçado – para se comunicar com os brasilienses - de suíços e marfinenses, o português volta a predominar. Paulistas, baianos, cariocas e gaúchos, entre outros, começam a chegar à capital federal. A maioria com ingressos garantidos para o duelo da Seleção Brasileira contra Camarões, nesta segunda-feira (23.06), no Estádio Nacional Mané Garrincha, em um dos duelos que define o Grupo A da Copa do Mundo.
De acordo com a FIFA, 29% das entradas para a partida foram vendidas para torcedores brasileiros de outras cidades – os moradores de Brasília compraram 64% e os estrangeiros adquiriram 7%. A Inframérica, que administra o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, estima que 47 mil passageiros passarão pelos terminais na segunda-feira, movimento 16% maior se comparado à estreia do Brasil na Copa contra a Croácia, jogo realizado em São Paulo em 12 de junho.
Assim como os visitantes estrangeiros, os brasileiros têm aprovado a estrutura de Brasília. Principalmente quem nunca entrou em um estádio. O estudante Wagner Nunes, de Serra do Ramalho, na Bahia, chegou sozinho à capital após uma viagem de ônibus de nove horas de duração. Ele está hospedado na casa de uma tia e já conhecia a cidade, mas nunca visitara a região central. O universitário se encantou com a visão (externa, por enquanto) do Mané Garrincha.
“Isso aqui é uma beleza. Bom demais, bonito. Valeu meu esforço para chegar aqui”, elogiou Wagner, que não liga para o fato de ter vindo sem companhia. “Quero ver se me enturmo com a galera para ver a partida”, empolga-se o estudante, que aposta em classificação da Seleção Brasileira para as oitavas de final da Copa: 2 x 0, com gols do atacante Neymar e do volante Paulinho.
O casal Alexandre Caiado, paulista, e Melca Mesquita, brasiliense que deixou a cidade aos oito anos, também aprovou a estrutura. “A cidade está bonita e limpa”, afirma Alexandre. “Achei as pessoas que estão trabalhando na Copa bem preparadas”, conta Melca.
Ela também gostou da iluminação verde e amarela que colore, durante a noite, os principais monumentos e edifícios públicos da capital federal desde o início deste mês. “Acho que deveria permanecer dessa forma depois da Copa”, opina. O jogo contra Camarões será o primeiro que o casal assistirá em um estádio nesta Copa.